Podcast Com História Dos Botocudos Em Linhares

Série em podcast relembra primórdios de Linhares e promove viagem aos tempos dos botocudos.

Por Julimar Rampinelli
Foto: Divulgação

Para reforçar o acervo cultural e valorizar a história de Linhares, um grupo de historiadores e estudiosos locais tiveram a ideia de criar a série podcast “Fogueira Digital” visando relembrar os primórdios daquela época que se tornaria a maior cidade do norte do estado do Espírito Santo e promover uma espécie de viagem aos tempos dos botocudos – índios que usavam botoques nos lábios e nas orelhas que habitavam na região. Dividido em três episódios, o conteúdo está disponível gratuitamente no site da ‘Fogueira Digital’.
Disponível também na plataforma Spotify, a produção documental em áudio foi idealizada e dirigida pelo cineasta Gabriel Filipe e reconta, de maneira lúdica, os primeiros fatos da história de Linhares, que completou 221 anos no último dia 22 de agosto. O objetivo do projeto também é recordar a trajetória dos povos nativos que aqui habitaram e de personalidades que deixaram sua marca ao longo do tempo, em um formato de conteúdo moderno, dinâmico e de fácil acesso.
O primeiro episódio da série rememora os fatos a partir de 1799, um ano antes da fundação do povoado de Coutins – que daria origem a Linhares. A narrativa parte dos costumes dos botocudos e avança pelas tentativas de resistência desses nativos diante dos colonizadores.
Já o segundo episódio aborda os resultados gerados pela Carta Régia de 13 de maio de 1808, pela qual D. João VI declarou guerra ofensiva contra os indígenas botocudos que habitavam as margens do Rio Doce. Para fechar com chave de ouro, a série termina com a sucessão dos acontecimentos que levaram à organização político-administrativa do município de Linhares.
“Humanos são seres apaixonados por história e a capacidade de guardar e transmitir informações foi crucial para a nossa sobrevivência. Ao longo do tempo, muitas histórias foram contadas ao redor de uma fogueira. Já hoje, a tecnologia não só ampliou nossa capacidade de registrar os momentos, como também de compartilhá-los com pessoas de todo o mundo. Logo, a fogueira que utilizamos para nos conectar é a digital. E é esse pensamento que inspira o nome e todo o propósito desse projeto, que entregamos como um presente a Linhares pelos seus 221 anos”, diz Gabriel Filipe.
De acordo com o diretor de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Linhares, José Augusto Muleta, o município está sempre à disposição para apoiar toda iniciativa que contribui para fortalecer o acervo cultural de Linhares. “Precisamos dar luz e visibilidade aos realizadores das produções culturais que o município já tem. Dessa forma, o podcast Fogueira Digital merece todo nosso apoio e reconhecimento, pois se trata de um trabalho que vai entrar para história do acervo cultural de Linhares”, frisou o diretor.
Participam do podcast a historiadora e professora da Faculdade de Ensino Superior de Linhares (Faceli), Ludimilla Caliman Campos Vinhas; a também historiadora Maria Lúcia Zunti; o presidente da Seccional Regional de Linhares do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (SERLIHGES), Reuber Costa do Nascimento, e o professor de Geografia Fabio Junior Rodrigues, além do poeta e ator Anderson Valfré, que também coordena o projeto.
O projeto Fogueira Digital foi desenvolvido com incentivos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A iniciativa também contou com o apoio institucional da Prefeitura de Linhares, por meio da secretaria municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer.

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